"É proibido a entrada a quem não andar espantado de existir"
(José Gomes Ferreira)


quarta-feira, 18 de setembro de 2013

O meu amor é fera cativa









O meu amor é fera cativa

A dilacerar meu peito

A cada eterno instante.

Ele quer se se libertar,

soltar seu gemido

Para que vejas que o seu desprezo é punhal

Cortando com insustentável delicadeza.

Ele, quer implorar por sua companhia

Quer rogar em vão

Mas está sufocado por esta consciência

Morrendo aos poucos

Por não ter podido sentir seu pulsar

Sua respiração;

Por não ressurgir em seu ser.




Uma lágrima rola por saber

Que nada pode ser dito...

Há no mundo palavras para abrir seu coração?




Definha agora

Levando consigo a paz e a alegria

Desta gentil existência que se sente

Impotente em resistir à sua doçura e beleza.




Não o cantarei nas avenidas do seu corpo

E seu nome não jorrará de meus lábios

Não será sussurrado em seu ouvido com êxtase

Esse amor não mais será aclamado

Em nome de meu belo algoz.




Eis seu último grito:

– Existi por ti amante dos lírios

Se amor o sou é por ti e assim morrerei.

– Adeus eternidade! Não tornarei a nascer

Pois sem esse senhor como me eternizar?

Floresça agora nesse coração dilacerado por mim

(onde jaz todas as esperanças perdidas)

Um outro tanto de calor,

Candura e margaridas.


Elizandra Lopes

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