O meu amor é fera cativa
A dilacerar meu peito
A cada eterno instante.
Ele quer se se libertar,
soltar seu gemido
Para que vejas que o seu desprezo é punhal
Cortando com insustentável delicadeza.
Ele, quer implorar por sua companhia
Quer rogar em vão
Mas está sufocado por esta consciência
Morrendo aos poucos
Por não ter podido sentir seu pulsar
Sua respiração;
Por não ressurgir em seu ser.
Uma lágrima rola por saber
Que nada pode ser dito...
Há no mundo palavras para abrir seu coração?
Definha agora
Levando consigo a paz e a alegria
Desta gentil existência que se sente
Impotente em resistir à sua doçura e beleza.
Não o cantarei nas avenidas do seu corpo
E seu nome não jorrará de meus lábios
Não será sussurrado em seu ouvido com êxtase
Esse amor não mais será aclamado
Em nome de meu belo algoz.
Eis seu último grito:
– Existi por ti amante dos lírios
Se amor o sou é por ti e assim morrerei.
– Adeus eternidade! Não tornarei a nascer
Pois sem esse senhor como me eternizar?
Floresça agora nesse coração dilacerado por mim
(onde jaz todas as esperanças perdidas)
Um outro tanto de calor,
Candura e margaridas.
Elizandra Lopes